quarta-feira, 11 de março de 2015

Muita Estrela, Pouca Constelação




Triste abismo é constatar que algumas pessoas não conseguem mais deixar seus atos falar por elas.
No mundo cibernético, até uma formiga no açúcar na hora do café pode virá estrela a partir de um clique ou de uma postagem, o difícil é saber se ela gosta de açúcar, é diabética, ou apenas passava por perto e teve sua imagem exposta sem autorização.
É tempo de reconhecimento e parece que o silêncio dos atos ficou em um passado longínquo.
As ações corriqueiras tornam-se fardo, o que se deseja a todo o custo é ser estrela mesmo com pouca constelação para brilhar.
As pequenas instruções nas escolas querem usurpar o lugar da Imaginação. É projeto! É obra! Mas, nesse caminho de pensar para além do ato frio do fazer/acontecer à Imaginação é tratada como algo sem sentido, sedendo lugar aos dados e números.
Contudo, é bom lembrar que números é para coisas, e SERES HUMANOS, antes de humanos, devem “SER”.
Tecnologia é instrumento, nada mais. Sem seres capazes de imaginar e transformar, o CTRL C e CTRL V usado em demasia no caminhar tira o brilho do imaginar, e além disso, faz estrela perder sua identidade.
Quantas muriçocas, çoca, vão ainda picar? E na falta de imaginação, tudo parecerá igual e normal como o surto de Dengue, Petróleo nas mãos alheias, coleguinha que chama o outro por apelido... E lá se vai Verão trocando a beleza do sol pela estrela de uma bebida que engorda e deve acabar relacionamentos em mesa de bar.
Tudo isso é ruim, pois todo excesso é prejudicial à saúde (mental ou física) e ao Universo. Assim, tanto tolice, quanto estrela, não devem ultrapassar seus limites, pois do contrário, a humanidade pode ser extinta porque o sol não mais brilhará.
Tratar a verdade com seriedade é coisa de louco! Imaginar é pior ainda! Assim no país dos(as) santos(as) que aparecem na mídia, o Bugio se sentirá um grande lutador de UFC e dará o que tem de melhor ao seu adversário, sem usar anabolizante. E por falar em teia, pobres aranhas que tecem e não aparecem na mídia, são tão úteis a natureza que até muriçoca pode cair na sua rede e dizer adeus a çoca. çoca...
Por aqui, longe das constelações estelares, obras são divulgadas antes do termino, escândalos se resolve com outros escândalos e para a estrela o que importa é brilhar, mesmo que tenha como opositor o sol que insiste em aparecer com sua luz afugentando às trevas do esquecimento, como é o caso da estrela que esquece quem é o sol (o mesmo é uma estrela).
A falta de memória leva a estrela ao declínio, pois a mesma não sabe com quem luta, ou imagina na sua pequenez que o astro rei (o sol) nunca foi uma estrela.
Que bom seria se esta estrela entendesse que sua existência é curta, que deveria ser humilde como aquela que brilhou em Belém sem tanto estardalhaço, e ao brilhar apontou para a grandeza de uma criança que mudou o mundo a sua volta, negando em cada gesto a soberba e o poder sem o mínimo de imaginação.

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"Não me tires o que não me podes dar!... Deixa-me ao meu sol."
- Diógenes de Sinope