quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

O Que Somos e o Que Fomos


     O que somos e o que fomos um para o outro? E, aí, pergunta fácil ou difícil de ser respondida na nossa retrospectiva pessoal e com o outro? 
      Muitas vezes é simples ter uma opinião formada sobre tudo e encontrar soluções para os problemas do mundo, mesmo aqueles fora do nosso alcance pessoal. Remédios para questões políticas, religiosas e futebolísticas receitamos aos montes, e tomamos ao menos uma colher de algum ou alguns? Mas, e nós que vivemos no mundo virtual que com um click podemos ao menos escrever: “Olá, como vai?”, e então, foi digitado? E depois, continuamos distantes ou houve um encontro pessoal para aprofundarmos?
   Vamos mergulhar em águas profundas, não tenhamos medo de molhar os nossos instrumentos eletrônicos, se forem danificados, ao menos perceberemos a água e com quem mergulhamos. A amizade exige presença e a constatação da existência de outrem, e nada melhor para isso do que o desligamento desses instrumentos de maneira forçada ou não. Assim, nas profundezas das águas da vida podemos enfim perguntar: “Você que me via quase ou todos os dias passar próximo, trocamos abraços ou brincamos de invisibilidade? Tocamo-nos, conversamos, ou ao menos nos olhamos? Difícil encontrar uma resposta ou o riso denuncia o companheirismo e amor que foi recíproco? Tem pulmões para permanecer submerso ou deseja subir para respirar?
     O tempo é um educador infalível, pois suas lições não necessitam de um ambiente escolar, suas respostas são dadas conforme nosso caminhar sobre a terra. Vamos falar de encontros apesar do tempo, ou vamos usá-lo como desculpas para as distâncias? Então, reduzimos ou atenuamos separações por certezas de sempre termos um ao outro? As certezas são péssimas conselheiras, a dúvida é sábia, temos certezas ou dúvidas sobre o que somos e fomos um para o outro?
      Assim, se encontrou ou encontramos a resposta é bom vivenciá-la, já que de repente à morte chega e nos mostra que alguém se foi, às vezes em vida com o fim de um relacionamento ou em definitivo com o último sopro. E nós o que fomos e somos nesse instante da escrita e da leitura um para o outro?

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"Não me tires o que não me podes dar!... Deixa-me ao meu sol."
- Diógenes de Sinope