terça-feira, 30 de novembro de 2021

Corpo

 

Há um corpo ferido e sangrando no chão.
Meus olhos não veem e se quer o coração.
Não rende self de sucesso, mudo a direção.
Mão estendidas, gemido, vazio sem afeição.
 
Encanecido, vencido pelo tempo e a corrosão.
Sem dinheiro, sem status quo, tem respiração.
Vive ainda? Contorce de dor, será um cidadão?
Vota? Compra? Viaja? Come um pedaço de pão?
 
Chamo de matéria, homem, qual o nome então?
Nasceu de um ventre? É registrado, sim ou não?
Papel que diz algo, vida seguindo na contramão.
 
Ao lado chega o cão fiel, sem noção, mas irmão.
Lambe o rosto naquele corpo repleto de rejeição,
Grito: eis o corpo de um ser humano; compaixão!

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"Não me tires o que não me podes dar!... Deixa-me ao meu sol."
- Diógenes de Sinope