segunda-feira, 31 de julho de 2023

Há Um Homem Sentado No Chão

 

Há um homem sentado no chão.
Medita? Talvez não; talvez sim.
Máquinas de prontidão. Rasgão!
Sonhos e memórias põem fim.
Muito dinheiro, Consórcio Acauã.
Cobiça de Luiz, João, Anísio e Jair.
Lá vem o canal, eis a transposição.
 
Há um homem sentado no chão.
Por aqui, não! Protesta por mim!
O direito é para uns, para outros não.
Venceu o dinheiro, foi simples assim.
Cai casa de farinha, árvores e cacimbão.
Brindam suas excelências, tim! tim! tim!
Governantes servindo a Nação, sem noção.
 
Há um homem sentado no chão.
Sítio Várzea Grande, terras mexidas vi.
Grande era a Várzea antes da podridão.
Escassez! Hoje falta d’água aqui e ali.
Ferida aberta, resta pequeno quinhão.
Sem ter onde pousar, chora o bem-te-vi.
Água suja, obra travada, devastação.
 
Há um homem sentado no chão.
Símbolo de resistência; bravio!  
Desafiou a ordem do “PolitiCão”.
Defendeu sua terra com muito brio.
Sindicato rural? Triste filho da inanição!
Restando para o agricultor desprotegido,
Blá, blá, blá politiqueira e reles indenização.

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"Não me tires o que não me podes dar!... Deixa-me ao meu sol."
- Diógenes de Sinope