sábado, 2 de dezembro de 2017

A Última Cena


Quando a luz apaga,
O teatro silencia,
Hora de ir ao camarim.
Olhar-se no espelho,
Tirar a fantasia, maquiagem,
Tudo irreal que há em mim.
 
A última cena de um dilema:
O eu fictício ou eu em si?
Personagem no palco,
Cores , palavras, atos.
Transfiguro, puro e impuro,
Hora aqui, hora ali.
 
Misturas de vidas,
Do eu, do outro, de ti.
De volta ao teatro,
Olhar o público, desnudo.
Se ecoar aplauso, salto.
Queda, se vaia eclodir.

Que importa?!
Na vida e no palco é assim:
“Rosas e espinhos constantes.
Dias bons e cenas ruins”.
Fugir? Se esconder?
Pisar no tablado, viver e existir.

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"Não me tires o que não me podes dar!... Deixa-me ao meu sol."
- Diógenes de Sinope