domingo, 28 de fevereiro de 2021

Mas Não És tu

 


És à noite escura e a tempestade.
Disfarce em rosto de maldade.
Sem inteireza, és metade.
Mas não és tu.
Voz suave e palavras amargas.
Gestos gentis, mas dissimulavas.
No palco, és cena não finalizada.
Pisaste no chão com tanta imperfeição.
Salto quebrado, caíste ao caminhar.
Sem sentido, és a triste encruzilhada.
Mas não és tu.
E quando será que vais ao teu encontro?
Como marinheiro na beira do cais, vês o navio.
És sempre partida e atracar jamais.
Espero que sejas completa na última jornada.
Alivio da ilusão mundana e obrigatória parada.
Sepulcro, alma desnuda e o corpo aqui jaz.

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"Não me tires o que não me podes dar!... Deixa-me ao meu sol."
- Diógenes de Sinope