segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Chuteiras e Urnas



Ao terminar a eleição de 2014 com “vencedores(as) e vencidos(as)”, “debates ou bate-bocas”, “choros e sorrisos”, “acusações”... Procuro pensar se há diferença entre chuteiras e urnas. Percebo que Eleição e Copa do Mundo foram maravilhosas, pois provocaram uma emoção em grande escala, e como todo fogo de artificio subiu, explodiu, brilhou e apagou; e agora teremos de pensar e agir para vivenciarmos a realidade, mas na qual estamos inseridos? Aí, cada um sabe a chuteira que cabe no seu pé e como votou.
Começo pelo lado contrário, quem de fato foram os(as) vencidos(as)?. Sete a um não acontece todo dia, lembram!? Pois é, esquecer de calçar a chuteira ao entrar no campo ou de como e em quem votou é perigoso, porque teremos de inventar alguma historinha, como a que se seguiu dias depois da derrota: “Vou torcer pelo algoz, porque seu adversário são aqueles, “Los Hermanos”, que se ganharem a Copa em nossa casa vai acabar com nosso orgulho, assim engoli sete é melhor, posso dizer amanhã que sete é conta de mentiroso(a)!. No país do futebol é assim, sempre procuramos esquecer as derrotas ao invés de aprender com elas.
E nas eleições? Nossa, foi na trave, ganho na próxima! Adesivo pode ser retirado e trocado, “inimigos” se abraçam e apoiam, e agir como dementes ajuda a muda de lado conforme as situações que melhor me convier, o perigo é boi voar e mortos falarem, ou assombrarem (fotos tem a mania de trazê-los de volta a nossa memória), e as urnas eletrônicas tem esse “dom sobrenatural de revelá-los(as)” ao proporcionar suas aparições, aquele(a) que no último pleito tinham “morrido” para o cargo, aparece com chances de ser eleito(a) , agora entendo o termo urna associado a túmulo, será que serve no caso mencionado!?.
Para complicar o final do texto indago: “Posso calçar a urna na eleição e votar na chuteira?”. Bem, uma coisa eu sei, que “chutar na urna pode”, e como votar é escolher, então espero que as chuteiras que os grandes jogadores usam possam servir para fazer gols, pode ser um ou sete, o importante é ganhar!. No futebol como no segundo turno das eleições no Brasil, pode ser um ou sete votos, sempre há um vencido(a).
Nietzsche dizia: “A vida mais doce é não pensar em nada”. Acredito que faz sentido, tanto a pergunta acima, quanto a frase de Nietzsche. Vamos pensar... Algumas pessoas dizem: “Vesti a camisa do meu candidato(a) e chutei o seu adversário para lá!”, isso na urna. E quanto a chuteiras servirem para votar, acredito que sim, mas naqueles(as) que a calçaram um dia e fizeram gols que comoveram os torcedores dos times e seleção que jogavam; antes jogador, hoje candidato(a) eleito(a). Pois é, jogador(a) e candidato(a) são iguais!? E eleitor(a) e torcedor(a) também!?. No país do futebol urnas e chuteiras confundem muita gente, apesar de serem distintas e para usos diferenciados!

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"Não me tires o que não me podes dar!... Deixa-me ao meu sol."
- Diógenes de Sinope