sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Manifesto do Polimento




Todo bom manifesto começa assim: “No dia... convocamos à população a...” e segue com as exigências: “lutamos pela(o)...” e termina nas ruas com palavras de ordem: “Povo é hora de... fora... O povo unido...”. Tem também uma pauta de reivindicações, e por fim, a contagem dos participantes que ultimamente fica a critério da imprensa ou da polícia, ambos usando o MANIFESTRÔMENTRO (escrevi sobre o mesmo em outro texto: O ômentro).
Quanto ao ideal de luta, bem, depois se decide, em tempo de crise ideológica, estrelismos e bicos em sapatos dos políticos brasileiros podem ser escondidos com engraxamento, por aqui se confundem os pés com as mãos e a bandeira de luta passa da mão Esquerda para a Direita dependendo de onde se quer chegar e o que se deseja conquistar. Só não confundem os sapatos com as cores das graxas.
 Os sapatos que protegem os pés daqueles(as)  que caminham  nas manifestações com receio de feri-los na história se desfaçam com um brilho estrelar e um bico exuberante como se fossem novos. Tem uma frase popular que é bem representativa quanto a sapatos: “todos(as) calçam o mesmo número”, isso quando se refere ao ideal político, pois é, ainda tem politiqueiros(as) que acreditam que o povo não conhece sapato engraxado e qual pisada do caminhante é mais forte, se a da esquerda ou da direita.
 Realmente números de sapatos e legendas de partidos existem para todos os gostos, o perigo é a pressa da compra, pé grande em sapato de número pequeno ou vice e versa causam calos denunciadores, e calçados nas manifestações, mesmo estando engraxados não esconderão a forma do pisar dos manifestantes.
Quanto às mãos que estão mais expostas nas caminhadas, mudam a bandeira de lado sem maiores consequências, e seguindo o verso de Augusto dos Anjos: “a mão que afaga é a mesma que apedreja...”, e eu diria: “a que leva a graxa é a mesma que leva o dinheiro...” Calma! É para pagar os sapatos engraxados! Pena que não há calo em legenda, mas soube que inventaram graxas para os novos “caras pintadas”, cujos sapatos velhos engraxados denunciam suas pisadas à medida que vão des(Collor)indo ao sol da verdade.

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"Não me tires o que não me podes dar!... Deixa-me ao meu sol."
- Diógenes de Sinope