Todo bom manifesto começa assim: “No
dia... convocamos à população a...” e segue com as exigências: “lutamos
pela(o)...” e termina nas ruas com palavras de ordem: “Povo é hora de...
fora... O povo unido...”. Tem também uma pauta de reivindicações, e por fim, a contagem
dos participantes que ultimamente fica a critério da imprensa ou da polícia,
ambos usando o MANIFESTRÔMENTRO (escrevi sobre o mesmo em outro texto: O
ômentro).
Quanto ao ideal de luta, bem,
depois se decide, em tempo de crise ideológica, estrelismos e bicos em sapatos dos
políticos brasileiros podem ser escondidos com engraxamento, por aqui se
confundem os pés com as mãos e a bandeira de luta passa da mão Esquerda para a Direita
dependendo de onde se quer chegar e o que se deseja conquistar. Só não
confundem os sapatos com as cores das graxas.
Os sapatos que protegem os pés daqueles(as) que caminham nas manifestações com receio de feri-los na
história se desfaçam com um brilho estrelar e um bico exuberante como se fossem
novos. Tem uma frase popular que é bem representativa quanto a sapatos:
“todos(as) calçam o mesmo número”, isso quando se refere ao ideal político,
pois é, ainda tem politiqueiros(as) que acreditam que o povo não conhece sapato
engraxado e qual pisada do caminhante é mais forte, se a da esquerda ou da
direita.
Realmente números de sapatos e legendas de
partidos existem para todos os gostos, o perigo é a pressa da compra, pé grande
em sapato de número pequeno ou vice e versa causam calos denunciadores, e
calçados nas manifestações, mesmo estando engraxados não esconderão a forma do pisar
dos manifestantes.
Quanto às mãos que estão mais
expostas nas caminhadas, mudam a bandeira de lado sem maiores consequências, e
seguindo o verso de Augusto dos Anjos: “a mão que afaga é a mesma que
apedreja...”, e eu diria: “a que leva a graxa é a mesma que leva o dinheiro...”
Calma! É para pagar os sapatos engraxados! Pena que não há calo em legenda, mas
soube que inventaram graxas para os novos “caras pintadas”, cujos sapatos
velhos engraxados denunciam suas pisadas à medida que vão des(Collor)indo ao
sol da verdade.
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"Não me tires o que não me podes dar!... Deixa-me ao meu sol."
- Diógenes de Sinope