sexta-feira, 20 de maio de 2016

Tem Jararaca no Bloco

   


   Observando as manifestações em prol do governo de Dilma Rousseff, uma me chamou à atenção: a dos “intelectuais e artistas”. Por conta de proibições do uso indevido de conteúdos musicais, optei por uma marchinha sem “peçonha” e livre de qualquer “julgamento de tendência”, escrita pelo compositor, cujo pseudônimo é Jararaca: “Mamãe eu quero, mamãe eu quero/ Mamãe eu quero mamar!/ Dá a chupeta, dá a chupeta, ai, dá a chupeta/ Dá a chupeta pro bebê não chorar!...”.
   Na política brasileira, carnaval não tem período certo, a qualquer momento pode desfilar na Esplanada dos Ministérios, no Palácio da Alvorada ou no Congresso Nacional um bloco. Por aqui temos os blocos de rua: Pimenta no Cunha dos outros é refresco, Se fui pobre não me lembro, Batiza esse Nenê, Rabusuju, Besta é Tu, Bloco do Tucanistão, BloCão, Itaquerendo Folia... No entanto, referente à folia da política brasileira do impeachment, ainda não conheço nenhum nome, porque dá nomes por aqui somente em delação premiada.
   Agora, se quer alegria e folia sempre, participe do Bloco Prol e Contra o Impeachment, nele todos (as) seguem o ritmo da marchinha do Jararaca: “Dorme filhinho do meu coração/ Pega a mamadeira em vem entra no meu cordão/ Eu tenho uma irmã que se chama Ana/ De piscar o olho já ficou sem a pestana...” Por lá, nos intervalos das transmissões pela mídia ou na calada da noite, o que não falta é paquera entre partidários dos dois blocos que fazem o carnaval político brasileiro, é um pisca daqui, é um pisca de lá.

   E, os (as) brasileiros (as), onde ficam? São constantemente convidados a dançar, mas no final de cada bloco, onde a música não é ouvida por conta da gritaria de fica ou sai. E, citando mais uma vez o Jararaca, eis o trecho final da marchinha: “Eu olho as pequenas, mas daquele jeito/ E tenho muita pena não ser criança de peito/ Eu tenho uma irmã que é fenomenal/ Ela é da bossa e o marido é um boçal". Mamãe eu quero... O quê?

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"Não me tires o que não me podes dar!... Deixa-me ao meu sol."
- Diógenes de Sinope