“Que mau exemplo presidente, sem máscara, sem luvas, juntando gente e tirando selfie. Votei e pedi votos para sua excelência, imaginava que sua administração seria diferente, mais responsável e respeitando aqueles (as) que estavam ao seu redor. Quanta alegria vê-lo eleito surgindo como o novo, o honesto, o lutador contrário a corrupção... Quanto engano meu...”
Esse foi o desabafo de um ex-componente do bloco carnavalesco: “A SUStou NA AVENIDA”. Segundo o ex-folião, o presidente do bloco cheio de mi, mi, mi, reclamava da pouca verba destinada ao carnaval, as críticas sofridas pelas fantasias e adereços que enchiam de charme a avenida, e principalmente ao tema: “COVID-19, MAS SE CHEGAR 20, TAMO JUNTO”.
“O infeliz se quer pagou as diárias dos músicos da orquestra : “NO AR SÓ TEM SOM”, que arrastava os foliões aos gritos: ‘AÍ, AÍ, AÍ... CORONAVÍRUS UM CAR***’ (Opa! Censurado!). Bebi com a gota e gritei: ‘álcool livre!’ E foi tudo Globeleza... Até eu despertar! Mas, apenas foram dois dias no bloco, sem pagamento não dava para continuar, e fiquei ainda mais revoltado com a cara de pau do presidente traíra ao dizer: ‘Vamos foliar, depois você pega! Agora é hora de curtir e brincar! Após ouvir as palavras do presidente velhaco, me danei para um retiro espiritual, mesmo com uma gripe leve”, disse o músico carnavalesco arrependido.
“Lá, foi tudo diferente, ficamos de mãos dadas, abraçamos e fui ungindo. Fiz oração para todos (as) aqueles (as) que se perdiam na folia. Foram dias de encontros espirituais, de partilha de pão”. Perguntei se tinha usado álcool em gel ou máscara, respondeu: “minhas mãos se juntavam apenas para clamar e fazermos corrente de oração contra o diabo que estava solto no carnaval, enquanto eu me sentia recuperado dos pecados e da gripe”. Confesso, faltou coragem para perguntar quem era o tal diabo, se tinha “arminha com água gelada ou bebia feito um condenado”, porque na folia de carnaval o coronavírus era coisa da China.
Por fim, indaguei sobre a quarentena e o Coronavírus tão propagados hoje, como ele encarava tudo isso, a resposta dada foi: “Minha quaresma vai ter continuidade, vou ficar em casa, cuidar da gripe, fazer a higienização das mãos e orar para que tudo passe, e vai passar!... Amém?!”. Sim, amém! Respondi e constatei que no Brasil não existia “alma mais honesta e santa” que fizesse uma quarentena tão tranquila, parecia um condenado que a pouco ganhou sua liberdade para ir para casa, sem tornozeleira eletrônica, sem nada, apenas com a bênção do céu.
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- Diógenes de Sinope