quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Ventura

 
Ó ventura onde estás?
A roda da vida circulando.
Gira, gira, gira mais.
Quem está em baixo sobe,
Quem está no alto cai.
Dia e noite, dia a dia,
O perdurar assim se faz.
Felicidade e infortúnio
Se misturam sem parar.
Gira, gira, gira mais.
Hoje, tormento; amanhã, paz.
Ciclo da persistência:
Se sofre, passa.
Paciência!
Se chora, rir.
Segue, enfrenta!
Condição da existência:
Vida e morte.
Na gangorra do por vir,
Sobe azar, desce sorte.
Ó ventura me abrace
Neste mundo de incertezas.
Gira, gira, gira mais.
Eterno retorno de surpresas.
Se é bênção ou mau desejo,
Ave Maria, só conceda,
Harmonia e nada mais.
Ó ventura e desventura
Mais que grande ilusão,
Imaginar que predomina,
Uma sim a outra não,
Pois com a mão que apoio
Também dou um empurrão.
Ó ventura início e fim
Se constrói uma canção.
Um poema, nossas vidas,
Vai e vem na estação.
Ó ventura onde foste?
Não entendo, por que razão?
Trajeto da vida: nascer, fenecer,
Dias sim e outros não.
Enfim, chega o trem que conduz
O Ser ou Não Ser divinamente
Rumo à estação da luz.
Gira, gira, gira mais.
Neste instante cintilante
Depois de tantos ais,
Grito de forma vibrante:
Minha procura se desfaz!

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"Não me tires o que não me podes dar!... Deixa-me ao meu sol."
- Diógenes de Sinope