sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Flor Pernambucana



Flor de beleza sem igual.
Do frevo ou do maracatu?
Em qual estandarte estás tu?
Primor da terra dos coqueirais.
Batuqueira e doce cana caiana.
Flor Pernambucana dos carnavais.
Energia do passista infinda.
Tua sina: “guerreira monumental”.
Floriste ladeira abaixo e acima.
Tornaste imortal! Imortal!...
Aromatizaste os bailes de máscaras.
Arlequina, pierrôa e colombina.
Passista no compasso, alto astral.
Orquestra tocando marchinha, purpurina.
De manhã beijada pelo orvalho matinal.
Crista coral, Galo da Madruga anunciando:
“Sábado de Zé Pereira, ei pessoal...”.
Recife Antigo, Marco Zero, casarões.          
Nas janelas florescem teus lindos botões.
Musicalidade, passos pisando o passado.
No palco desfilam diversidades ritmadas.
Bloco da Saudade com antigas canções.
A noite encolhendo, sol aparecendo, brilhou afinal.
Cinzas da quarta, tantas notas clarim tocando.
Caboclo guarda à lança, sobrinha de frevo fechando.
A flor se despede, pétalas caindo em sinal.
Retorna à terra, ciclo natural, humo se faz.
Nova florada vem vindo, primavera magistral.
Carnaval tem efeito de florais: “cura da amargura,
É amor que esquenta a gente e não arrefece jamais”.

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"Não me tires o que não me podes dar!... Deixa-me ao meu sol."
- Diógenes de Sinope