segunda-feira, 14 de junho de 2021

Foi e Não Foi; Foi?!



Brejo Brasil era a denominação dada por dois sapos delirantes a poça d’água suja onde resolveram fazer morada. Dia e noite coaxavam promessas ilusórias. Um se denominava o próprio messias, o outro de pai dos pobres, cada um com sua personalidade doentia cantando seus programas governamentais para o lugar. Ilusões à parte, quem passava por eles com um mínimo de sanidade só ouvia: “foi e não foi; foi?!” Porém, nas mentes sombrias de ambos, imaginavam serem os salvadores iluminados.

Um boi e um burro que pastavam por perto, logo atenderam aos apelos dos candidatos e tomaram partido. O boi preferiu o messias, enquanto o burro optou pelo pai dos pobres, e aí o coro engrossou no pseudo Brejo Brasil. Os dois ruminantes ludibriados pelas falácias que achavam ter entendido, começaram a discutir quem estava certo e errado, sem saber o que defendiam. No final, cansados de falar de nada, a fome falou mais alto, assim abandonaram os sapos doidos, voltando às pressas para o pasto, porque barriga vazia não se enche com palavras.

Os dois lunáticos vendo a partida dos mamíferos, se empolgaram ainda mais, o jogo eleitoral estava empatado, agora podiam iniciar a peleja novamente para poder conquistar novos adeptos para suas causas. Esquecendo que não estavam totalmente submersos, porque havia muita sujeira na localidade, suas caras imundas ficaram totalmente expostas.

Mesmo não estando protegidos, pulavam, faziam malabarismo, carinha tristonha, e claro, um grande alarido, sempre que fantasiavam estar na presença da imprensa, que nada mais era do que suas imagens refletidas na poça d’água, fruto da sandice que os tornavam patéticos e o espetáculo hilário.

Distraídos, jamais imaginariam que uma cobra espreitava em silêncio o espetáculo circense dos palhaços bocudos. Os ouvidos, por conta da maluquice, escutavam os gritos das multidões, mas de fato era o Zé Povão passando ao lado chamando-os à atenção para o perigo que corriam: “Olhem, vocês estão prestes a morrer por causa de tantas tolices”. Iludidos, não se preocupavam com o conselho, e como se achavam sumidades, ao invés de violento e ladrão, seguiram na disputa louca.

Se pintavam, ensaiavam a fala e com sorrisos falsos espalhavam que a pobreza do lugar havia sido erradicada. Todavia, o que se observava era o tal de “foi e não foi; foi?!” Pois é, os dois ignorantes até debates simularam mostrando grande intelectualidade inexistente. E cercados de lixo, cada vez mais se igualavam e se tornavam ainda mais fedorentos. A cobra esperta que nada tinha a ver com isso, preparava o bote com muita precisão, no entanto, às vezes cedia no intento, pois ficava rolando de rir dos dois patetas com ar de sabichões e estadistas.

Com gritos histéricos os aluados prometiam mundos, fundos e quinhões de seus míseros tostões. Inchavam, lançavam venenos e trocavam ofensas de montão. Contudo, quem era ajuizado não caía na conversa deles, porque o que de fato se percebia era: “foi e não foi; foi?!”.

Foi! A cobra que se pode comparar a História que faz sucumbi às mentiras, com duas investidas acabou com os sonhos dos dois alucinados que foram engolidos calmamente, e no curto espaço de lucidez antes do fim nenhum desejou ser o primeiro no Ibope do réptil. Os anfíbios amalucados, o messias e o pai dos pobres, se despediram da glória desatinada, terminando com o “foi e não foi; foi?!” Dessa vez, foi, ou melhor, foram!...

Chegando no céu, o messias e o pai dos pobres felizes gritaram: “Oba! Estamos salvos!” Todavia, São Barroso e sua trupe utilizou várias vezes o Var, então, decretou à sentença: “Aqui não entra bocão!”. Os dois se olhando, replicaram com um biquinho: "Vá se danar! Isso é uma injustiça!”. De repente notaram uma voz, o Todo Poderoso disse: “foi e não foi; foi?! E os dois de braços dados e amuados seguiram rumo ao inferno que possuía um sanatório. Na entrada estava escrito: “Era e não era; era?! Mas foi, aliás, foram de novo!...

Foram! Porém, os seus legados ficaram na triste sina do burro e do boi que pelas pastagens sem pensar, ruminando e ressentidos repetiam automaticamente: “foi e não foi; foi?! Acreditavam no que não sabiam, não entendiam e apenas defendiam para não admitir seus enganos e orgulhos feridos.  Foi... Não foi... Foi?!

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- Diógenes de Sinope