terça-feira, 30 de outubro de 2018

O Fantoche, o Ditador e o Ladrão


    Em um país distante, existiam três criações do deus orgulho: o fantoche, o ditador e o ladrão. Eram assim conhecidos os frutos do casamento entre à paixão (cega) e o ódio (averso ao amor).
    Inimiga declarada dessas criações divinas, estava à solitária sabedoria, que resolveu ir ao encontro de cada um na busca de encontrar o que os motivava a desejar o poder para dirigir o país da desigualdade.
    O primeiro encontro da sabedoria foi com o fantoche, muito elegante no falar e conhecedor das letras. No entanto, algo não soava natural. Sempre que falava  e se movimentava era guiado por uma mão com quatro dedos e bilhetes que lia sempre. Então, à sabedoria disse: " é preciso conhecer a si mesmo para adquirir o poder".
    O segundo encontro foi com o ditador. Muito parecido com o fantoche no que se refere aos movimentos, sempre tinha um dedo apontado em formato de arma. De poucas palavras, sempre tinha uma resposta áspera para os pensamentos contrários aos seus. Assim, à sabedoria passou ao longe, e pensou: " poder sem tolerância leva à tirania".
    Por fim, a sabedoria se depara com o ladrão e deixa cair do bolso propositalmente à verdade. O larápio com certa discrição e agilidade a carrega, mas ao procurar se desfazer dela, ninguém a queria, era inútil no país da mentira. Portanto, chateado o ladrão a joga fora. A sabedoria que o seguia comentou: " quem despreza à verdade, jamais alcança o poder".
    Ao partir do país, à sabedoria olha para trás e constata que o fantoche, o ditador e o ladrão, estavam brigando pelo poder, enquanto milhões de seguidores acompanhavam seus líderes para garantir à vitória. Triste à sabedoria conclui: "o poder é dado por aqueles (as) que não mais o tem, e vivem à sombra da árvore de outrem, por medo de voltar seu rosto para o sol".

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"Não me tires o que não me podes dar!... Deixa-me ao meu sol."
- Diógenes de Sinope