Debaixo
da mangueira no banco.
Do lado manivas juntas em feixes.
Sentado, tranquilo, espiando o sítio;
Sonhava vô, “Seu” Antonio Freire.
As
vezes em silêncio, as vezes cantando.
A carteira das Ligas Camponesas? Tirei!
Um pensador político sem enfeite.
Militante vô, “Seu” Antonio Freire.
“Reforma
Agrária na lei ou na marra”,
Lema que ouvi e assim seguirei.
Pão para todos, terra dividida;
Planos de vô, “Seu” Antonio Freire.
Reunião
que participava, entusiasta.
No Conselho Fiscal foi lá que atuei.
Organizar os pobres do campo irei.
Ideologia de vô, “Seu” Antonio Freire.
As
armas! Só tenho calos, aceite!
Ditadura Militar de 1964, encarei!
Perseguido pelos milicos, questionado;
Interrogaram vô, “Seu” Antonio Freire.
Dias
antes, no jipe sorrindo, Aristeu.
Perguntou por mim, eu não o avistei.
Latifundiário, delatores “cumprindo” a lei.
Acusaram vô, “Seu” Antonio Freire.
Casa
pobre vasculharam, mexeram.
Sem provas, documentos, preso fiquei.
Nada acharam, só ferramentas do roçado.
Trancaram vô, “Seu” Antonio Freire.
Pouco
tempo ficou e para casa voltou a pé.
As carteira das Ligas na cumeeira deixei.
Certo dia contou o segredo sem “arrudei”.
Esperteza de vô, “Seu” Antonio Freire.
Ouvia
no rádio ABC noticiário do Brasil.
Carta Testamento de Getúlio Vargas? Sei!
Recitava de cor e salteado, animado.
Memória de vô, “Seu” Antonio Freire.
“Gegê”
era o apelido de Vargas.
Marchinha do “pai dos pobres”? Cantei!
“Bota o retrato do velho outra vez”.
Mito de vô, “Seu” Antonio Freire.
Getúlio,
Jânio, JK e Jango.
Eleições presidenciais, votei!
Era da Silva do nordeste, sem triplex.
Honestidade de vô, “Seu” Antonio Freire.
Sindicato Rural de Sapé.
Valdemar Freire, meu filho, associei.
Semente da luta do campo brotou.
Herança de vô, “Seu” Antonio Freire.
Margarida
Alves e João Pedro Teixeira.
Mortes encomendadas pelos poderosos, chorei!
Sangue e terra se misturam, triste amargurei.
Penar de vô, “Seu” Antonio Freire.
Seu
jeito político de ser, lembranças de infância.
Letras, leituras, escritas quase não pratiquei.
Política em viva ação foi o que nele enxerguei.
Sábio vô, “Seu” Antonio Freire.
Do lado manivas juntas em feixes.
Sentado, tranquilo, espiando o sítio;
Sonhava vô, “Seu” Antonio Freire.
A carteira das Ligas Camponesas? Tirei!
Um pensador político sem enfeite.
Militante vô, “Seu” Antonio Freire.
Lema que ouvi e assim seguirei.
Pão para todos, terra dividida;
Planos de vô, “Seu” Antonio Freire.
No Conselho Fiscal foi lá que atuei.
Organizar os pobres do campo irei.
Ideologia de vô, “Seu” Antonio Freire.
Ditadura Militar de 1964, encarei!
Perseguido pelos milicos, questionado;
Interrogaram vô, “Seu” Antonio Freire.
Perguntou por mim, eu não o avistei.
Latifundiário, delatores “cumprindo” a lei.
Acusaram vô, “Seu” Antonio Freire.
Sem provas, documentos, preso fiquei.
Nada acharam, só ferramentas do roçado.
Trancaram vô, “Seu” Antonio Freire.
As carteira das Ligas na cumeeira deixei.
Certo dia contou o segredo sem “arrudei”.
Esperteza de vô, “Seu” Antonio Freire.
Carta Testamento de Getúlio Vargas? Sei!
Recitava de cor e salteado, animado.
Memória de vô, “Seu” Antonio Freire.
Marchinha do “pai dos pobres”? Cantei!
“Bota o retrato do velho outra vez”.
Mito de vô, “Seu” Antonio Freire.
Eleições presidenciais, votei!
Era da Silva do nordeste, sem triplex.
Honestidade de vô, “Seu” Antonio Freire.
Sindicato Rural de Sapé.
Valdemar Freire, meu filho, associei.
Semente da luta do campo brotou.
Herança de vô, “Seu” Antonio Freire.
Mortes encomendadas pelos poderosos, chorei!
Sangue e terra se misturam, triste amargurei.
Penar de vô, “Seu” Antonio Freire.
Letras, leituras, escritas quase não pratiquei.
Política em viva ação foi o que nele enxerguei.
Sábio vô, “Seu” Antonio Freire.
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"Não me tires o que não me podes dar!... Deixa-me ao meu sol."
- Diógenes de Sinope