quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Do You Wanna Dance (Você quer dançar?)


E o tempo de infância?
Veio forte bater à porta do coração.
Toc-Toc, ansioso, quer ver sua nova versão.
Canção inexplicável soa ao vento.
“Do You Wanna Dance”.
No teu rosto os risos de criança permanecem.
No meu ser confuso: saudade, ilusão e esperança.
Minha mão na tua se entrelaçam, enternecem.
Delicado toque nos teus cabelos, cachinhos, trança.
Primeiros passos, dois pra lá, dois pra cá, levemente.
“Do yuo Wanna Dance”.
E sob a magia da música que nos envolve e encanta.
Nem futuro, nem tardança, apenas o instante presente.
Seguimos bailando e felizes a dança, adultos crianças,
Respondendo: “Siiim! Juntos hoje, ontem e sempre!”.
“Do yuo Wanna Dance”.

segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Assalto Triplo Sem Barreiras

 

A Olimpíada de Paris-2024 chegou oficialmente ao fim neste domingo, 11 de agosto. A classificação do Brasil no quadro de medalhas foi no 20° (vigésimo) lugar. As medalhas de ouro conquistadas foram apenas 3 (três). Porém, destaco o “assalto triplo sem barreiras”, que se quer merecia chegar às olimpíadas, tendo como representantes a Rede Globo, TV Cazé e SporTV. O trio representante da plena “democracia da comunicação brasileira”, só não tinha na bagagem “câmera inclusiva”. A câmera e os direitos de transmissão foram exclusivos e oficial. Outras emissoras de televisão e canais não obtiveram “as marcas” ou “os meios” necessários para à classificação, sendo desqualificadas no pré-olímpico das mídias, deixando o pódio que se vislumbrava para o trio que dividiu o ouro, louro e o lucro.

 O trio “gritaria com pouco resultado” no que se refere a torcer, emitir informações e imagens do desempenho olímpico brasileiro, mostrou que também tinham os “pés frios”. O trio feria a livre concorrência e a democracia comunicativa, já que são “trigêmeas” nascida da mãe “antidemocracia”. Será que estamos bem economicamente? Pois é, talvez faltou uma graninha para as concorrentes, do contrário, o que houve então? Não se tem retorno financeiro na transmissão dos jogos olímpicos? Ou as outras emissoras “abriram mão” porque era uma exaltação ao profano desmedido? Bem, se falta de dinheiro e falta de espiritualidade foram as causas, então, aprendam com alguns atletas que “venderam balinhas” para pagar despesas, e também não abandonaram suas crenças, usando lenços na cabeça, fazendo sinais religiosos e expressando verbalmente frases de louvor.

 “Bem amigos! O três foi marcante na Olimpíada de Paris-2024: três medalhas de ouro, três emissoras transmitindo”. Se para alguns a “Última Ceia” na abertura dos jogos olímpicos causou indigestão espiritual e a sujeira no Rio Sena provocou doenças, imagina à democracia brasileira assistindo à vitória do autoritarismo no assalto triplo sem barreiras. “Allez Les Bleus, Vert, Jaune, Égalité, Trois...” (Vamos azul, verde, amarelo, igualdade, três...). 

Enfim, se por um lado sobrou transmissões com o uso da “Demência Artificial 3 (DA3)”, felizmente, por outro, ocorreu o caso de inteligência natural olímpica turca, Yusuf Dikeç, que sem o uso de equipamentos durante à prova de pistola de ar de 10 metros por equipe mista, obteve medalha de prata. Viralizou! E outros atletas homenagearam Yusuf fazendo o gesto de arminha. “Allez Les Yusuf Dikeç”, viva a inteligência humana!

quinta-feira, 18 de julho de 2024

Dos U.S.A de Nove as Três


O domingo de sangue e dia D nos Estados Unidos foi de nove as três da manhã com transmissão da Rede Globo. Na imprensa brasileira, “ditadura” é disfarça de “exclusividade nas transmissões”, pois é, a Rede Globo é a maior “opositora” das copas que “los hermanos argentinos” são os vencedores; corta!

Na Copa do Catar (2022) e na Copa América (2024), as imagens da cerimônia de premiação da Seleção da Argentina de Futebol, pluft! Sumiram! Censura? Não! “Direito exclusivo de transmissão”. Amarelou de novo! E a cor azul celeste da alegria ficou manchada pela intolerância, e no caso da Rede Globo, nódoa da “impaciência com a alegria alheia” apagando às imagens e o áudio.

Corta! E, cortou! Ouvidos, olhos, corações, felicidade e respeito pelos argentinos residentes no Brasil que não puderam assistir na integra a festividade de premiação da sua seleção de futebol campeã. Xenofobia? Não! “Direito exclusivo de transmissão”. 

Na Copa do Mundo do Catar (2022), a homenagem ao narrador Galvão Bueno, hoje, “BET brasileiro” teve uma importância fenomenal à época. Corta! E lá se foi o som e imagem do Catar, mas vai te catar, Galvão, narrador de casa de aposta que é motivo de criação de CPI no senado acerca de manipulação de resultado de jogos de futebol. Viu o que dá manipular? Até Paquetá da Seleção Brasileira de Futebol (a amarelinha) está sendo convocado pela CPI, espero que faça um golaço nas respostas dadas no seu depoimento.

Já os “hermanos” são um caso de polícia, porque invadiram o estádio para gritar e torcer, enquanto o amarelo da Rede Globo entrava sem ingresso pelo enfrentamento à segurança e saía do torneio de seleções da América com cobranças de pênaltis horrorosas. Assim, me diz a cor da camisa da sua seleção, que digo quem é você; amarelo!

No domingo, dia D da Copa América (2024), domingo de Di Maria, do D da sua “despedida” da Seleção Argentina de Futebol, o barulho em Buenos Aires inexistia, era tarde da noite, os argentinos optaram pela calma do sono. Sob o olhar da Rede Globo tudo era silêncio, se quer ouvia algo ensurdecedor, mesmo após o gol de Lautaro Martínez (El Toro) dando a vitória a Argentina na prorrogação; corta! Som e euforia apenas dos amarelinhos da Colômbia e dos meios abrasileirados ressentidos, aí sim, a zoeira se fez mais amarela, sem distinção e ao vivo e a cores.

 Lamentável a forma de manipulação do áudio e imagem na transmissão do jogo entre Argentina e Colômbia. Mas é a liberdade de mostrar o que se quer, e não ser equânime como o projetil que não escolheu em quem iria acertar, se a orelha de Donald Trump ou outro alvo, apenas seguiu a trajetória escolhida pelo franco atirador. Mais um tiro no pé, na orelha, ou sei lá em qual parte da vida do telespectador que optou pela “La Albiceleste”. Só sei que foi assim: “certeiro no alvo e nada de raspão”.

No entanto, os 16 títulos da Copa América e o 22 estampado na camisa azul celeste, denunciaram a Rede Globo nas suas transmissões. Apesar de tornar mais uma vez o êxito dos “hermanos” menor, a história e o tempo revelarão a verdade como cantos felizes iguais os festejos das “hichadas argentinas” celebrando sua seleção em campo. E se a conquista da Copa do Mundo de 1994 pelo Brasil mostrou um amarelo ouro dominical, o sete a um na derrota para a Seleção Alemã de Futebol, e também o título perdido para a Seleção da Argentina de Futebol na Copa América de 2021, ambos os desastres no Maracanã, apresentaram um amarelo claro de vergonha no rosto e no sorriso, difícil de apagar e sem possibilidade de cortar; corta! Não dá!

terça-feira, 2 de julho de 2024

Boa Noite Salmão


Lembrança de uma lágrima, pétala, orvalho.
Boa Noite Salmão cintila em meio a vegetação.
Na sua companhia apenas um botão agasalhado,
No aguardo para desemaranhar em nova floração.
 
Fluxo da natureza, força que move, afago.
Sem toque, leveza que ativa boa sensação,
Nos olhos antes opaco, no espírito fraco,
Agora, certeza do devir na fria estação.
 
Outras cores no miolo, nova flor no formato.
Branco, roxo e amarelo em volta da criação,
Conduto de nova vida após alguns contatos.
 
Mediado pela borboleta atraída pela aromatização,
Pousos, voos, retornos, beijos como atos firmados,
Elo sacramentado a partir da natureza em evolução.

 

terça-feira, 18 de junho de 2024

Ser Sozinho


Ser sozinho
Igual ao passarinho.
Excluído, longe do ninho.
Rumo ao desconhecido.
Céu nublado.
Olhar cabisbaixo;
Desfalecido.
Gira mundo dia a dia.
De galho em galho,
Coração partido.
Penas caídas,
Canto sombrio.
Incógnito desígnio:
Onde, com quem,
Ou com o quê aninho?
Eu, sempre eu.
Abrigo, companhia e
Carinho.
Ser sozinho.

quinta-feira, 6 de junho de 2024

Instante

Instante singular:
Beija-flor, vaivém, voo.
Rápida(mente). Presente.
Instante, já foi!
Registro na lente.
De repente, terminou!
Instante solene. Materialmente.
Pretérito restou!
Naquele Instante.
Mnemosine polinizou.
Vida flore(sente).
Instantanea(mente).

segunda-feira, 3 de junho de 2024

Vívidas Cravinas

Entre flores tímido sorriso.
Dia chuvoso. Belas cores.
Vívidas cravinas.
Luz sutil na retina.
Descortina. Olhos foscos.
Alma retorcida.
O sol dentro em pouco  
Ilumina à vida.
Nasce, cresce, evidencia.
Contorno do ciclo da vida.
Vívidas cravinas.

sexta-feira, 17 de maio de 2024

Onde Nasci


Casa entre rios, pontes.

Ainda ontem, sorri.

Uma rosa a florir.

Casa de taipa marrom.

Ruas andanças vida.

Na subida da ladeira.

Na esquina da vendinha.

Na rua sem asfalto, poeira.

Transeuntes sem eira.

Beira da morte, avizinha...

Cidadezinha, aqui nasci!   

quarta-feira, 6 de março de 2024

Em Defesa da Dúvida

Numa época em que tantos parecem ter tanta certeza sobre tudo, vale a pena pensar no prestígio que a dúvida já teve. Nos diálogos de Platão, seu amigo Sócrates pulveriza a certeza absoluta de seus contendores abalando-a por meio de sucessivas perguntas, que os acabam convencendo da fragilidade de suas convicções. Séculos mais tarde, o filósofo Descartes ponderou que o maior estímulo para se instituir um método de conhecimento é considerar a presença desafiadora da dúvida, como um primeiro passo.

 Lendo os jornais e revistas de hoje, assistindo na TV a entrevistas de personalidades, o que não falta são especialistas infalíveis em todos os assuntos, na política, na ciência, na economia, nas artes. Todos têm receitas imediatas e seguras para a solução de todos os problemas. A hesitação, a dúvida, o tempo para reflexão são interpretados como incompetência, passividade, absenteísmo. É como se a velocidade tecnológica, que dá o ritmo aos nossos novos hábitos, também ditasse a urgência de constituirmos nossas certezas.

A dúvida corresponde ao nosso direito de suspender a verdade ilusória das aparências e buscar a verdade funda daquilo que não aparece. Julgar um fato pelo que dele diz um jornal, avaliar um problema pelo ângulo estrito dos que nele estão envolvidos é submeter-se à força de valores já estabelecidos, que deixamos de investigar. A dúvida supõe a necessidade que tem a consciência de se afastar dos julgamentos já produzidos, permitindo-se, assim, o tempo necessário para o exame mais detido da matéria a ser analisada. A dúvida pode ser o primeiro passo para o caminho das afirmações que acabam sendo as mais seguras, porque mais refletidas e devidamente questionadas.

- Cássio da Silveira

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Presente Sem Ausência


Correr contra o tempo, eis o designo do homem contemporâneo. Acumular capital para garantir uma vida tranquila amanhã, também. Mas, o amanhã aonde está? Será que vai chegar ou é apenas projeção do hoje mal vivido? E, quando o presente se declarar como o futuro imaginado e nos perguntar: "O que foi feito do ontem?”; e então como responder a tal indagação?

Com certeza a “força criadora” mais uma vez se antecipará como elucidadora dando uma resposta e afirmando assim: "é graças a minha existência que o tempo e o homem foram criados, antes de mim, somente o nada. Contudo, infelizmente, um subjugou o outro, tornando a mim irrelevante frente à ambição do ter que supera a vontade de ser e ser-mais. Existo para fazer florir uma rosa, antes ignorada pelo homem-máquina que perplexo indaga: ‘ainda há força além dos meus braços e pernas capaz de produzir tamanha beleza?’; sim há!”.

 Sempre houve essa força criadora invisível e livre de sujeição. Jamais uma folha seca pediu licença para desprender-se do galho. O sol nunca foi seletivo para iluminar. A noite chega sem perguntar: eu posso?  E nisso reside um vigor destruidor da ilusão de um mundo enquadrado pela globalização econômica e da informatização, cuja meta é a riqueza sem limites.

O tempo presente é para ser vivido e não apenas para saber que estamos aqui ou ali desempenhando funções sociais. Presente de plena realização é sinônimo de passado superado, é a garantia de um futuro no agora do qual participo ativamente forjando o meu ser, e não apenas respondendo a mecanismos que me moldam apenas de forma unilateral. Vivo na minha plenitude e não somente existo em conformidade com os ditames impostos socialmente: “está na hora de acordar, digitar, trabalhar, descansar, almoçar, beber... E ser feliz ao menos, posso ser?”.

Portanto, o passado não é mais, ficou na lembrança. O futuro, virá? Será da forma que imaginei ou das minhas ações no agora? Então, o "presente vivo e sem ausência profunda”, é a melhor forma de dar sentido ao que fazemos no cotidiano, é expandir a força criadora que cada um tem, impedindo a coisificação sob o domínio do capital e do tempo mal aproveitado e instrumentalizado.